Você pega seu fone e em segundos já estava dormindo, o dia foi longo. Acorda com o barulho irritante daquele despertador, bate com a mão nele para que ele parasse e se levantou logo em seguida. Tomou um banho rápido e desceu para tomar o café da manhã.
- João! – Você o gritou para que o impedisse de atravessar a rua.- Me espera! – Ele olhou para você, sorriu e ficou esperando você se aproximar.
- Bom dia (SeuApelido)! – Falou ele ainda sorrindo.
- Bom dia! – Você falou sorrindo também. – Ansioso para chegar na escola?
- Por quê? – Ele riu e vocês continuaram a seguir o caminho para a escola.
- Para encontrar com a menina que você está apaixonado, ué! – Você riu e ele deu meio que um sorrisinho.
- Não estou apaixonado (SeuApelido).
- Não foi isso que você me disse no face ontem.
- Mas eu não... Ah! Eu não estou apaixonado (SeuApelido), sério.
- Mas gosta de alguma garota né? – Ele ficou calado e logo mudou de assunto.
- Olha o Vinicius! – Disse apontando para o Vini que estava chegando na escola.
- Desde quando se importa com o Vinicius? – Você o perguntou fazendo uma cara de interrogação, não se recordava de momento algum dos dois se dando bem.
- Ele que implica comigo. Como a sua amiga falou naquele dia, desde que você era só minha fã e que não nos conhecíamos pessoalmente ele já implicava. – Você riu.
~Você on~
- O Vini é um bobão. –Disse e logo em seguida entramos na sala, o Vini estava sentado no mesmo lugar de sempre. – Viniiiiiiiiiii!!! – Falei bagunçando o cabelo dele, ele apenas balança a cabeça fazendo com que eu parasse. Ele estava estranho. Muito estranho. Aliás, desde que o João chegou, ele ta assim, isso já está me dando nos nervos. Eu faço de tudo para eles se darem bem e nada.
- Não tô muito bem hoje não (SeuApelido). – Ele diz com a cabeça baixa e olhando para a mesa.
- Ai Vini para com isso vai!? O João é legal, poxa! Tenta. Pelo menos tenta, se dar bem com ele. – Ele apenas balançou a cabeça positivamente.
~Você off~
 O professor entrou na sala e você se sentou ao lado do Vinicius. A aula foi passando e você percebeu que o Vini realmente não estava bem, ele ficou prestando atenção na aula do professor no inicio e logo depois abaixou a cabeça, debruçado na mesa ele permaneceu até a hora que o professor chamou a sua atenção:
- A hora de dormir já passou, não acha Vinicius?
~Você on~
- Não estou me sentindo muito bem professor. – O Vinicius respondeu e se levantou indo em direção à porta. – Licença. – Ele saiu. Meu Deus! Alguma coisa séria estava acontecendo, ele não é de sair assim de uma aula.
- Professor! Posso ir ao banheiro? – Perguntei.
Lógico que eu não iria ao banheiro. Não poderia deixar o Vini sozinho. Eu precisava saber o que estava acontecendo. O professor me liberou e, claro, saí correndo a procura do Vinicius...
 O procurei por cada andar, cada canto do colégio e nada, menos no banheiro masculino obviamente. Fui até lá e fiquei na frente da porta até que um colega de classe estava passando por lá:
- O que você está fazendo aqui (SeuNome)? Já estão achando que você está com dor de barriga (risos).
Dei de ombros, ele já ia entrando no banheiro, então o chamei:
- Ei, espera. – Ele se vira para mim com um ponto de interrogação na cara. Apenas continuo. – Me faz um favor? – Disse com uma cara de “te imploro”.
- O que? – Ele perguntou, já que havia cedido com a expressão que fiz.
- Vê se o Vinícius está ai dentro.
- Por que você mesma não vê? – Sim, ele estava zombando, logo fiz uma careta e ele prosseguiu – Calma, estou brincando.
 Ele entrou e antes de voltar o diretor passou e chamou minha atenção:
 - Posso saber o que a senhorita está fazendo fora da sala de aula?
 - Estou voltando para a sala, estava no banheiro.
 - Banheiro masculino?
 - Não, é...
 - Foi o que imaginei, volte para a sala de aula ou prefere que eu te acompanhe até a minha sala? – Fiz que não com a cabeça e voltei para a classe.
 Quando me sentei vi que as coisas do Vini não estavam mais na carteira dele, olhei para o João do outro lado da sala e por leitura labial ele disse que o Vinícius foi embora, apenas abaixei a cabeça e tentei me concentrar na aula, quando o garoto voltou do banheiro ele demonstrou que não achou o Vini lá, agradeci e voltei a tentar entender matemática.
 Passaram-se aulas e quando finalmente deu o intervalo, novamente como os outros dias o João estava rodeado de garotas. Provavelmente em torno de duas semanas elas parariam, é sempre assim, novato bonito, elas aproveitam até que ele se torne mais um popular. Só espero que isso não aconteça com o João, ele é legal demais para ser convertido desse jeito. Ele veio em minha direção:
 - Ei (SeuApelido), está bem?
 - O importante é ter saúde né? (risos)
 - Vish, é o Vinícius não é?
 - Ele em muitos sentidos, mas minha vida também, as coisas andam muito confusas.
 - Você...
 - Eu o que? – Pergunto confusa.
 - Você gosta dele?
 - Claro, ele é meu amigo ué.
 - Você entendeu o que eu quis dizer (SeuApelido).
 - Somos amigos a tanto tempo, quem sabe disso, não consegue pensar que isso vire algo a mais, mas porque não né?
 - Isso foi um sim ou um não?
 - Aah João, você está fazendo perguntas demais, aliás... Falando em gostar e a menina que você está gostando hein?
 - Não muda de assunto (SeuNome).
 - Mudar de assunto? Desde ontem quando toco nesse assunto você fica enrolando, vai, me conta!
- É... – Até que ele é interrompido por alguém.
- João Victor! É você mesmo?! MELDELS tira uma foto comigo, por favor, sou sua fã!
 Ele levanta a sobrancelha pra mim e dá um sorriso de vitória como se tivesse se livrado da pergunta e responde a fã com um “É claro”, logo depois de um longo abraço de fã pra ídolo o sinal toca, voltamos para a sala e dessa vez consegui me concentrar mais na aula, mas a preocupação com o Vinícius estava me matando então tentei mandar uma mensagem para ele escondida, na pressa acabou saindo “tá bwem?”, ele vai entender.
 Final das aulas e ainda não havia resposta da mensagem, falei para o João que não iria voltar pra casa com ele hoje e que vou dar uma passada na casa do Vini, ele até perguntou se eu queria companhia, mas pensei que no clima que estava entre os dois à situação só iria piorar.
 Chegando até a casa do Vini, toquei uma, duas, três vezes a campainha e nada.
~ Você off, Vini on~
Vi que era ela pelo olho mágico, não queria abrir a porta, não quero abrir, ela se sentou na calçada e gritou:
- Eu sei que você está ai. – Continuei em silêncio – Eu te fiz alguma coisa? Desculpe-me, não foi minha intenção! O que estou fazendo? Pedindo desculpas por algo que nem eu mesma sei, devo ser uma completa idiota mesmo, me preocupar com alguém que não está nem ai. – Ela se vira para a porta. – Por que você está fazendo isso?
 Um silêncio completo toma conta de nós, até ela sussurrar:
- Eu te odeio.
E sua voz ficar cada vez mais alta se transformando em gritos:
- Eu te odeio, eu te odeio! Eu te odeio!
Não aguentava ver aquela cena, a (SeuNome) estava sentada ainda na calçada gritando e socando o chão, até que chegou o momento que ela já estava chorando e suas palavras saiam com soluços, abri a porta e corri até ela, lhe abracei e ela continuou gritando mas dessa vez batendo no meu peito até que sua voz foi acalmando e por fim ela dizer:
- Eu me odeio.

___________________ To Be Continued_______________________